sexta-feira, 31 de julho de 2015




                                                  PIPE LINE


                    Segue a entrevista que fiz com o engenheiro da obra de reparação da tubulação que abastece a hidrelétrica de St. Vincent.



                         RVA   GOES   TO   HYDROELECTRIC   PIPE  LINE

          Last week, the Climate Compliance Conference team went to the hydroelectric pipe line, that is being rebuilted after  the destruction caused by a big flood, two years ago.  
          Electrical Services Company decided to rebuilt the old pipe line that was made of wood, and wants it to be done using a modern technology as fiberglass.          So, the Electrical Company contracted an Colombian Company named O-Tec International to do that work, and we talked with the civil engeneer Mr. Georgios Vavaroutsos Perez who is encharged to leader the reconstruction of the pipes.          RVA – What do you have to say to us about your work here in St. Vincent?          Mr.  Giorgios – The Electrical Company acquire my services to advice in installation of the new pipe, and after studies it was decided that fiberglass pipes are the best solution, for many reasons.  At first, they are lighter than concrete and steel, and easier to transport. They can be installed in a manufacturing process, that is friendlier to environment, and has minor roughness index.          RVA – And what are you doing to cause less damage to environment?          Mr. Giorgios – The constructive process was to bury the pipes, in order to perform a good protection to them, and make possible to plant  trees in the area of the site.          RVA – Do you think that it will be possible to rebuilt the original forest?          Mr. Giorgios –The original forest was damaged when the first pipes were installed. Now, we are burying the pipes and then we are going to plant trees over them. It will be much better than it was. We are, at the same time providing energy to St. Vincent, and planting trees in a place where they had been cut.           RVA -  How is the work going on?         Mr. Giorgios – We have studied carefully the environment, and are working hard to cause the minimal impact. So, we guarantee that the material that we get from  trench were the pipes are being placed, will be used again and not  deposited in areas that affect the riverbed. We are also taking care in order to  cause no landslides neither slopes or erosion in the project area. And after ending, we are going to plant trees over the brench.         RVA – Ok, Mr. Giorgios. It was a very nice class. Thank you very much.

                      Voce já pode dizer eu li na tela da                                                                       Eulina        
 



quarta-feira, 29 de julho de 2015




                                                                   DOMINGÃO



                    Dia lindo! Sol, céu azul, mar do Caribe. Passeio de barco. Piquenique na praia.
                     Sanduíches preparados na véspera. Somos sete, um inglês, a chinesa, uma vincentiana, a italiana com o namorado vincentiano e Nadhia e eu, brasileiras. Ah! E o "piloto" do barco. Não sei esse nome, nem em português, que vergonha!

                    Primeiro susto: o barco. Não é um barco. É um bote! E bem pequeno. Cabem cinco pessoas nos bancos duros. Somos oito. Segundo susto: não temos bóia, nem colete. Entramos assim mesmo, apertamo-nos nos bancos duros. O namorado da italiana - um negão alto magrelo e bonito - não tem lugar nos assentos. Ele vai sentado na proa! Terceiro susto: o bote anda e empina. Entendi porque o negão vai na proa... é pra não empinar demais!

                    É assim vamos, passados os sustos, vamos nos segurando, porque a cada marola, o bote empina, depois cai, dando um tapa na água e um tranco na nossa bunda. Quando a onda é maior, o bote empina mais, o tapa também é maior e o tranco na bunda é enorme! E o negão vai rebolando na proa. Acho que ele iria lá, memo que tivesse lugar, porque se não fosse ele... não  sei o que seria... Ainda bem que tenho um anjo da guarda japonês!

                     Relaxei. Que lindo! Navegamos perto da costa, vamos vendo as praias, cada uma mais
bonita do que a outra. Algumas com coqueiros, outras com grandes flamboyants floridos, todas lindas. Pequenas ilhas de pedras, penhascos enormes com cavernas de erosão, onde batem as ondas...
                     O sol, o vento na cara, os respingos de água, com seus pequenos arco íris, tudo tão perfeito... a sensação de liberdade... dá vontade de sair voando!

                      Paramos numa praia que fica num parque com um gramado bem grande e quiosques para piquenique. Colocamos nossas coisas no quiosque, e fomos pra água. Apareceram algumas crianças vincentianas, e ficamos brincando com elas. São lindas! Pele bem preta, olhos amendoados, com cílios enormes, sorriso muito branco. Meninas com trancinhas e meninos carequinhas. Todos lindinhos. Bundinha arrebitada e rebolante.
                       Depois comemos os sanduíches e fizemos uma coisa proibida. Tomamos cerveja! Parece que tudo o que é proibido é mais gostoso não? A cerveja estava ótima!
                      Nadhia e eu ficamos observando os vincentianos. Em cada quiosque, havia um grupo fazendo churrasco e... sopa! O pessoal do quiosque vizinho nos ofereceu um copo de sopa. Era de espinafre! Imaginem tomar sopa de espinafre na praia!
                   Aí os vendedores do barzinho da praia puseram um som altíssimo e as pessoas dos quiosques vieram dançar na sombra de uma árvore. Dançam muito, rebolam muito, tem o ritmo no sangue! Foi um show!
                    A volta foi mais tranquila, já sabíamos como era, não teve sustos. Logo depois que chegamos, choveu.

                     Você já pode dizer eu li na tela da
                                                                                Eulina

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domingo, 26 de julho de 2015





                                                     QUOTIDIANO


          Problemas. Não comigo. Mas acontecem. O vôo da colombiana grávida foi cancelado e saiu só dois dias depois. Estava chovendo e ventando muito.
          A diretora foi para o México e chegou sem a bagagem. Disseram que quando chove, eles embarcam só os passageiros para que o avião não fique muito pesado...
         Ha dois dias houve um tsunami na ilha de Trinidad, perto daqui. Soubemos pela internet, pois aqui não há televisão. Estamos em plena temporada de furacões.
        Aqui choveu muito, mas o mar ficou calmo. Alguns quartos tem goteiras, O meu não, ainda bem. Mas o meu varal tem.
        Ha dois dias sumiu o celular da chinesa e ontem sumiram os euros do alemão. Agora, estamos trancando a porta e janelas dos quartos. Fica um forno.  Meus dólares, cartão de credito e passaporte, ficam guardados no cofre, na sala dos professores.               .
         

                                                       Mercado de Vegetais

          Fomos a Kingstown novamente. Desta vez, para fazer um trabalho. Entrevistar pessoas que vendem vegetais, no mercado. Mais um dia calorento e grudento. O mercado até que não é tão quente.  Entrevistamos as pessoas. Só mulheres. Por que será? Que fazem os homens dessas famílias?           E as mulheres foram super simpáticas, responderam às perguntas sempre sorrindo e disseram estar contentes com o  trabalho e serem felizes na vida. Não parece que vendem muito, não há muitos compradores. Talvez alguns fregueses fiéis. Não tivemos problemas para entender a linguagem delas, e nem em nos fazer entender.
          Do lado de fora, uma grande feira livre. Muita gente passando. Os feirantes vendem muito mais do que os vendedores do mercado. Mas suportam o sol, a chuva e tem que montar e desmontar a barraca todos os dias. Vida dura.  Não parecem tão felizes. Eu perguntei e eles disseram que as vezes eles vendem bem e o ganho compensa o trabalho. Mas outras vezes não. Não são sorridentes como os outros. Estressados. Durante o tempo em estávamos lá, vimos uma briga, entre homens. Lá havia homens, apesar da maioria também ser de mulheres.
          Parece um exemplo claro para "o dinheiro não traz felicidade". Principalmente quando, para ganhar mais dinheiro, as pessoas tem que ter uma vida tão dura.

                                                         Colégio interno

           Ficamos aqui confinados. O lugar é lindo e não tem cercas... mas não tem televisão, o sinal da internet, do rádio e do telefone é muito ruim e o vilarejo mais próximo fica a uma hora de caminhada. É verdade que temos a praia linda, o mar do Caribe...
           Porém, temos tantas tarefas, tantas aulas estudos, debates, horta, plantação, reuniões... que não dá tempo de mais nada. Ficamos condenados a conviver sempre só conosco, durante  todo o tempo em que estamos aqui. Parece colégio interno. Ou melhor, é um colégio interno. Correm fofocas, formam-se panelinhas. As vezes, parece BBB. À noite há uma interessante e silenciosa troca de quartos. Casais se formam e se desfazem...
           Eu tenho algumas comidas secretas, que compartilho com a outra brasileira. Fazemos piqueniques noturnos...
           Fabiana, a brasileira que trabalhava aqui na administração, namorou o engenheiro grego responsável pela obra de reforma na hidrelétrica, Ele nos convidava (as tres brasileiras) para sair e tínhamos que sair escondidas, para não ter que dar muitas explicações...
           Imaginem eu, com os meus 72 anos, comendo à noite escondido no quarto... ou saindo à noite pela saída lateral, para um churrasco com cerveja?  Estou achando o maior barato! Me sinto adolescente!
           Os seis meses de trabalho voluntário de Fabiana se esgotaram e ela foi embora. Sentimos sua falta. Principalmente o grego que ela namorou. Dá uma peninha ver ele tão triste... mas é a vida, cada um segue seu caminho.
           Alem de saudade, ela me deixou o ventilador! Melhorou muito o ambiente do meu quarto!

                                                      O outro lado

          Agora são 9:30, de um domingo com sol esplendoroso, e à 10:00, vamos à praia tomar o barco para conhecer o outro lado da ilha! Depois eu conto como foi o passeio.

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                                                             Eulina

         
           








     

segunda-feira, 20 de julho de 2015




                                                           MAIS   COISAS


                  Esta noite, tive um sonho. Eu estava numa espécie de arena, com arquibancadas lotadas de gente e  havia um touro. O problema é que eu estava dentro da arena. Eu e o touro. O touro e eu. Eu paralisada de medo, como muitas vezes acontece  nos meus sonhos. O touro bufando e esfregando a pata dianteira no chão. O touro chegando perto cada vez mais perto. Eu grudada no chão. Ele cada vez mais perto... eu cada vez mais apavorada.. mais e mais...
                   De repente, surge um japonês, todo forte, todo musculoso, com cara de lutador de judô, Só que baixinho. Ele sai do meio da multidão, vem correndo na minha direção e, antes que o touro chegue, ele me abraça por detrás, me levanta do chão e me carrega. Corre abraçado comigo  me carregando. O touro vem, ele desvia.  O touro vem de novo, ele desvia de novo. E assim vamos indo, na direção à um  local, onde o touro não nos alcança. Subimos alguns degraus, quero dizer, ele sobe eu vou carregada.  Enfim, ele me coloca no chão. Aterrizo contente!  Estamos salvos!  Eu estou salva!  Aqui, o touro não chega!  Graças ao meu herói!  Quero conhecê-lo, abraçá-lo, perguntar, agradecer... Mas onde ele está?  Sumiu!  Sumiu!
                    Acordei com uma sensação ótima de segurança, de apoio, de confiança... bom sonho!
                    Acho que sonhei com meu anjo da guarda, Que deve estar descansando até agora, de tanto trabalho que eu dou...
                                                                         ***

                    Ha dois dias, houve um terremoto, por volta das 11:30 da manhã. Eu não notei. Ainda bem. As colombianas sentiram. Acho que elas tem prática nisso.

                                                         Plantando  bananeiras

                     Na subida do morro, perto do prédio do hotel, há um terreno, com árvores enormes, infestadas de formigas grandes, bundudas e cor de caramelo. Serão saúvas? A diretora da escola se informou a respeito e recusou-se a fazer tratamento com pesticidas. Optou por cortar as árvores no tronco, conservando a parte sã, e depois de tratar o solo, serão plantadas bananeiras orgânicas, no local.
                     Pois bem. Foram contratados trabalhadores para usar a serra elétrica e derrubar as árvores. E o resto do serviço de limpeza, foi feito pelos alunos e professores da RVA.  Em dois dias de muito, muito sol.
                     Foi terrível!
                     Todos nós, espalhados pelo terreno, juntando galhos, troncos serrados, evitando tropeçar nos tocos de madeira, fazendo pilhas de folhas, pilhas de toras de troncos e pilhas de galhos. carregando coisas, pra lá e pra cá, desviando das arvores, quando elas despencavam, tentando não ser picados  pelos insetos...   Trabalho pesado, muito sol, barulho da serra elétrica, barulho da máquina fazedora da cavacos... Como sofrem as pessoas que trabalham no campo!
                    Voces se lembram da novela Av. Brasil, que se passava num lixão? A imagem era essa. Pessoas vestidas com muitas roupas e as mais esquisitas que se pode imaginar, chapéus, lenços, luvas, para não tomar sol e nem se arranhar ou sofrer picadas de insetos, andando pelo monte de restos de árvore, catando coisas (no caso, galhos, folhas, gravetos tudo; só não juntamos as toras) e levando  para o trator picador, que faz cavacos de madeira, igual  máquina de picar papel em escritórios.
                  Todo mundo suando em bicas.  Eu transpiro muito, fico com a camisa molhada, seria muito sexy se não fossem os meus 72 anos!  Vários (eu inclusive) tem queda de pressão, vão pra sombra, ficam um pouquinho, até voltar ao normal, em seguida, voltam para o campo de batalha! Depois do almoço, muitos não voltaram. Eu fui a primeira a desistir. Dei o bom ou mau exemplo, como queiram. E fiquei feliz de ver que tive seguidores. Se alguém reclamar, eu boto a boca no trombone e digo que esse trabalho feito assim, a essa hora com esse sol, é desumano!
                  Afinal,  tenho fama de encrenqueira e sou advogada, pra quê?
                  Sobrevivi. E com exceção de um espinho no dedão da mão esquerda, escapei sã e salva!
Entendi o sonho com meu anjo da guarda.  Agradeço mais uma vez os seus inestimáveis préstimos. Mas desta vez, ele não estava só. Teve a companhia de todos os anjos de todos os alunos e professores que participaram da operação, pois não aconteceu nada grave.  Agradeço a todos!                                                                    
                                                                     ***
                   Milo, o cão enorme, vive querendo brincar com o filhote, bem magrinho  da Camila, a gata mais magrinha ainda.  Eles, os diretores dizem que gatos são caçadores e por isso não devem ser alimentados pelos humanos. Devem aprender a caçar. Eu acho cruel. A gatinha sempre viveu aqui e recebeu comida. Agora resolvem que ela deve caçar?
                  O filhote é bravinho, arreganha os dentinhos e dá patadas no ar. Aí a gata vem defender a cria.  Arreganha os dentes também.  Milo desiste.  Fica tudo em paz. Vimos essa cena várias vezes por dia.  Mas hoje... deram a gata.  Fiquei triste.  Dizem que foi para uma boa família, que vai cuidar bem dela. Tomara! O gatinho ficou órfão, tadinho.

                                                                     ***  
                  As colombianas estão aqui em virtude de um acordo firmado entre a universidade colombiana em que estudam e a RVA.  Elas tem um projeto de filtragem de água poluída e vieram desenvolver o trabalho. O projeto vale créditos para a graduação. Já estão aqui há três semanas e, até agora, não tem professor nenhum para orientá-las. E ainda tem que fazer um monte de trabalhos para o curso regular, participar da limpeza geral, tomar banho frio e suportar goteiras no quarto!                           Ficaram furiosas. Fotografaram as goteiras, os banheiros entupidos, os colchões estragados e escreveram um email para a universidade delas, mostrando a situação.  Depois disso, e de uma reunião de duas horas de "democracia aplicada", na qual todo mundo aproveitou para reclamar de tudo, resolveram  trocar os quartos com goteiras e os colchões mofados.  Estamos esperando para ver se vão consertar tudo, como disseram.  A "democrática" reunião serviu para minimizar as reclamações das colombianas, Mas elas ainda não tem um professor capaz de dar a orientação que necessitam para desenvolver o seu projeto. Agora, não sei como vai ser, porque a líder delas ficou grávida e voltou para a Colômbia.
                 Eu acho que elas tem toda a razão de reclamar. Estou disposta a lhes dar todo o apoio.


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                                                                                Eulina

                 Por favor, comentem no lilinacintra@hotmail.com ou no lina.cintra@gmail.com!
                 Eu sinto falta dos comentários!

                                                                   













terça-feira, 14 de julho de 2015

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                                                             MUITAS COISAS


                    Estive muito ocupada e quando tive folga, fui à praia. Por isso, tenho muitos assuntos.
                    Primeiro, o carnaval. Fiz uma matéria em inglês para o blog da RVA. Vou tentar postar aqui.  Apesar de ter perguntado a causa, ou não sabiam, ou não responderam direito, ou eu não entendi direito, mas o carnaval daqui é em julho e o de Barbados é em agosto.

                                                                   ***
                    Tive uma  aula sobre cavalos, outra sobre abelhas, outra sobre tambores.  Sobre cavalos, no jardim, embaixo de uma árvore imensa,  ensinaram que, quando são tratados de maneira adequada, eles vivem mais, são mais amigos e trabalham melhor.
                   Sobre abelhas,  um documentário mostrou que elas estão morrendo por causa do uso de pesticidas e quando não houver mais abelhas, não haverá mais polinização e consequentemente não haverá mais cereais, frutas e verduras,  Essa foi uma das muitas aulas de fim do mundo.
                   E sobre tambores, só ficamos tocando. Não houve explicação nenhuma. Pena, pois eu estava curiosa para saber como os nativos se expressavam e se comunicavam por meio dos tambores.
           
                                                          Colegas de Turma

                    Uma das colombianas passou mal. Ficou o dia todo no quarto. No dia seguinte, foi para Kingston.  Voltou toda feliz, com a notícia:
                    - Estou grávida! - e mostrou a foto do útero, com o embrião.
                    Vai voltar para Bogotá.

                     O indiano chegou. Teve problemas com a mala, que foi parar não sei onde e chega só daqui dois dias. Ele é careca, falante, muito falante, agitado, gesticula muito e.. desmunheca. Olha só o papo com a chinesa, quando o viu com a toalha pra tomar banho:
                     - Do you want my shampoo?
                     - No, I don't have hair.
                     - Are you gay?
                     - Yes.
                     Simples assim.

                     Na aula de horta, a colombiana mais novinha foi picada por uma abelha, Estava quase chorando. A diretora passou por lá e disse que ela ia cortar uma batata, colocar no dedo que a picada parava de doer. Ela, cujo inglês é "the book is on the table", entendeu que a diretora ia picar o dedo e fritar como batata.
                     - Oh! No! Mi dedito! Mi dedito! Mi dedito no!

                                                                  Animais

                      Os cavalos são lindos. Ficam soltos e algumas vezes vão à praia. Enfeitam a paisagem.
                      Há um cachorrão chamado Milo, Super simpático, porém fedorento. Após reclamações, ele foi proibido de entrar no salão.
                      A gata chama Camila e seu filhote ainda não tem nome. Recentemente proibiram dar comida para a Camila, alegando que gatos são caçadores e ela tem que aprender a caçar. Eu acho cruel. Achei uma vasilha velha, coloquei num lugar escondido do jardim e estou alimentando a Camila, Tenho apoio da chinesa e das brasileiras, que reservam alguma comida pra ela.
                      Existe ainda um casal de porcos e sete porquinhos, que nasceram dois dias atrás. Vão ficar lindinhos daqui a uma semana.

                                                   
                                                RVA  in St. Vincent’s Carnival

          Some students and teachers of  RVA have had a very good time in Kingstown last Tuesday,  in the  the last day of Vincy Mas, the local name for Carnival.
           It was a  gorgeous and very hot  day, with a lot of sun. We left RVA in a van, about nine o clock, and had the opportunity to admire once more time, the beautiful landscape  and   beaches where the road passes by.
          After a nice trip, we arrived in Kingston just in time to see the carnival groups preparing themselves. These kind of groups, in Brasil are called  “School of Samba”.  Here in Caribe, especially  in St. Vincent, they could be called “School of Calypso”!
          Each group has a story to be told, with the song, the allegoric  cars  and the customs. People goes dancing and singing by the sound of the drums, counting  their stories. All the customs are very, very colourful, and the people, who wear them, seems to be very proud of it. The women move their hips. The men move their hips too, but in a different way. And the children just jump following the rhythm.
          It was great to see all those  peoples  dancing  together, in the same rhythm, singing the same song, and wearing the same colourful and beautiful  customs.
          Just because I am Brazilian, I can not omit to mention a group, which theme was football.  One of the allegoric cars, was all decorated in yellow and green (the colours of the Brazilian flag), with the logo of CBF, the Brazilian Football Confederation, and had allegories of the five wold cups that Brasil won, when his football was the best. Unfurtunately it is not the best any  more.
          At present, the world champion is Germany, and so, there was another allegoric car in german  colours, telling about the four times that Germany was champion.
          We saw many groups, walked by the town, took photos, ate the local fruits, had a nice day and came back very hot and happy.
                                                                                                                           Maria Eulina
         

          

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sábado, 11 de julho de 2015




                                                                       SÁBADO


                    Hoje é sábado, faz uma semana que cheguei. Ainda é de manhã e está chovendo muito. Já assistimos um documentário sobre como ajudar uma população a preservar o meio ambiente, sem agredir a cultura local. O pouco que entendi, me pareceu bem interessante. Acho que vou pedir para o professor me mandar esse filme, assim eu posso assistir no meu quarto, se eu aprender a manejar o computador. Ai, como é triste ser eletronicamente analfabeta!

                    Acho mesmo que as culturas locais dos países colonizados foram tão desrespeitadas, que os nativos nos olham sempre com um  pouco de desconfiança... afinal foram anos e anos de agressões às religiões, crenças, hábitos, costumes, opiniões, maneira de encarar a vida e de resolver os problemas.
                                                                     ***
                     Por que a cultura européia colonizadora acabou por prevalecer em toda a América? Os europeus eram mais fortes, tinham armas de fogo... e tinham também artigos manufaturados, com tecnologia avançada que impressionava. Os índios americanos, em geral foram intimidados pela força e seduzidos pela tecnologia. Acho que dá pra chegar a essa conclusão tranquilamente, sem medo de errar, sem precisar ler grandes tratados antropológicos.

                                                                    ***
                    Hoje à noite, teremos aula de tambores. O professor veio de Kingston para nos dar essa aula. Segundo a nossa diretora, ele é o único homem em St. Vincent que sabe ler e escrever as notas musicais. Ele é musico e compositor. Mas sua especialidade são os tambores. Estou curiosa para essa aula, porque pelo que entendi até agora, os tambores - a maneira de tocá-los - foi uma das poucas coisas que permaneceu intacta da cultura dos povos nativos da ilha.  Ele nos contou que, nas escolas só se falava inglês e a aula de história era aula de história britânica, até a década de noventa do século passado! É triste não ter acesso à história do próprio país. Não que o Brasil seja muito diferente, mas tivemos aula oficial de História do Brasil, pelo menos desde que nasci, com interrupção apenas na época da ditadura. Minhas filhas não tiveram aula de História do Brasil, mas meu neto tem.

                                                                   ***
                    Hoje, teríamos aula na horta, mas o professor nos dispensou por causa da chuva, O alemão disse que  não se importava com a chuva, mas o professor disse;
                  - But I care! I don't want to get my hair wet!
Eu aproveitei e perguntei qual a razão do cabelo tão longo e penteado daquele jeito? Ele me respondeu com o melhor sorriso:
                  - Because I want to be strong and pretty!
E completou dizendo que os rastafaris, assim como Sansão, acreditam que a força está no cabelo então gostam de manter os cabelos longos, trançados e enfeitados. Disse ainda que quando ele vai lavar a cabeça, demora muito tempo pra secar e ele gosta de ter o cabelo sempre bonito e cheiroso. Tudo isso foi dito em ritmo de reggae, e em meio a um grande e cativante sorriso!
                   E realmente, com a pele bem negra, o corpo jovem e musculoso, camisa regata amarela e o cabelo enfeitado, ele estava todo bonito, cheiroso e orgulhoso!

                                                                ***

                  Amanhã eu conto como foi a aula de tambores.
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                                                                               Eulina

quarta-feira, 8 de julho de 2015



                                            RECOMEÇANDO


          Cheguei numa sexta feira na hora da janta e houve uma festa de boas vindas, para o novo grupo. No sábado tive aula, no domingo fui saltar do penhasco novamente. Saltei dos 7 metros. Depois, fiquei na praia.

           Meu atual professor é venezuelano. Não tem muita paciência. Está namorando a cuidadora dos cavalos que é sueca, loirinha, magrinha e lindinha. A impressão que tenho é que ele dá aula bem depressa pra poder ir namorar.  Não estou afirmando nada. É só impressão.
          Minha turma agora é grande. São quatro colombianas, um alemão, uma vincentiana que mora nos USA há tempos e uma brasileira de Brasília. Estamos esperando ainda, um rapaz da India, que já tem um quarto reservado com o nome na porta, de onde eu peguei uma lâmpada mais forte, porque a minha era muito fraca. Coloquei a minha no quarto dele. O trabalho de pedir uma nova lâmpada, se ele quiser, vai ser dele. Mas, nem sei se ele vem...
          As idades variam entre 18 e 32 anos. E eu com 72... mas me dou bem com todos. Desta vez, todos tem dificuldade com a língua. O alemão é o que fala melhor, mas assim mesmo, engasga de vez em quando. Ah, eu tinha esquecido! A Sixia minha "neta" chinesa adotada, vai acompanhar o novo grupo até setembro. Ela fala bem inglês, apesar do sotaque difícil.

          As aulas teóricas são assustadoras. Agora eu tenho a certeza de que o mundo vai acabar ainda neste século, se nada for feito para evitar. Assistimos documentários chatíssimos, os professores falam, falam, temos que ler longos textos com  estatísticas sobre todas as desgraças que vão acontecer e depois responder muitos testes. Ai! Quero aprender a consertar as coisas e não saber de mais e mais estragos ambientais!

          Hoje, tivemos uma aula diferente! Fomos visitar uma obra de reforma numa usina hidrelétrica. O engenheiro chefe  da obra, que é especialista em geração de energia com o mínimo impacto ambiental, nos deu a aula. Foi ótima! Ele falou alto, devagar, inglês claro, pronunciando bem todas as palavras, deu pra entender tudo. E explicou que apesar de todos os cuidados, o impacto causado pela obra é muito grande. Seria muito melhor, se a energia pudesse ser sempre gerada por vento, pelo sol ou  outro meio alternativo. Mas como energia elétrica é necessária para o país, e a usina já existia, o trabalho dele consiste em projetar a obra da reforma, depois de estudar a melhor maneira de causar o menor dano ao meio ambiente. Foi muito interessante. finalmente uma aula sobre soluções e não sobre problemas.

                                                              Comidas

           Melhorou! Menos pimenta. Mas a minha colega brasileira me disse que estava comendo pimenta com comida. E ela já pegou melhorado! Em março estava pior!
           Tem tido carne, frango ou peixe... dá pra comer com mais gosto. Mas os cardápios são malucos! Já teve batata empelotada com fatias de abacate. Macarrão  grudento com banana assada. De manhã, temos ovo cosido com sal grosso...  eu queria uma picanha com sal grosso e não um ovo cosido! E eu que pensava que quiabo cru com molho de pimenta era a combinação de sabores mais estranha... agora não estranho mais nada.
            Ainda bem que a Susi me deu muitas sopinhas (nada natureba) em pó, que eu não gosto no Brasil, mas aqui, estou achando deliciosas.

          Voce já pode dizer eu li na tela da
                                                                     Eulina

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domingo, 5 de julho de 2015



                                                             BRIDGETOWN


             É feia. A gente passa por tantos lugares lindos, e quando chega à capital, assusta. É velha, maltratada, casas feias, prédios feios, comércio horroroso. Calor grudento. Som de calipso estridente por toda a parte.  Artesanato local "made in China", em todos os camelôs.   Tudo se parece com a Vinte Cinco de Março em Sampa.
            Igreja fechada, museu fechado, outro museu fechado.  Passeios para outras ilhas suspensos. Baixa temporada. Não entendo, pleno verão, baixa temporada?
            Então, entrei num grande supermercado. Delícia, tem ar condicionado! Logo na entrada,um grande anúncio:
           PLAN HERE YOUR HURRICANE SEASON  Em seguida, uma grande gôndola com artigos para sobreviver durante algum tempo, como lanternas, fogareiros, galões de água, víveres, coisas assim. Na sequência, uma gôndola com os dizeres:
            HURRICANE EMERGENCY Alguns remédios, caixas contendo itens de primeiros socorros.
            Que coisa! Quem vive no Brasil estranha! Comercialização dos furacões! Então, caiu a ficha. Entendi: "it is hurricane season, that's why it is low season!" E eu estou aqui!

                                                               Aeroporto
           Depois de um "stress, no check in" até achar a passagem de volta, que escorregou do saquinho plástico, onde estava junto com os outros documentos e ficou solta na mochila, tudo correu bem, exceto o fato de que o voo atrasou,  não havia telão com as informações e eu não entendia nada do que diziam no alto falante,
            Nessas ocasiões, costumo ter idéias infalíveis: desta vez, eu  entrava na fila a cada chamada de voo e quando chegva a minha vez, a mocinha dizia:
            - This is not your fly!
            E eu voltava para os assentos de espera. A frase foi ficando cada vez mais alta e mais ríspida, e quando eu achei que a moca ia gritar comigo, ela disse:
            - At last, this is your fly!
           

                                                   Richmond Vale Academy
            Que bom estar de volta! Ser recebida com abraços, sorrisos e "wellcomes"!
            Ontem tive aula, e hoje é domingo, fui saltar do penhasco e depois à praia. À tarde,
uma boa caminhada por uma estrada linda, até umas mangueiras enormes. Colhemos muitas mangas, eu descasquei com os dentes e  me lambuzei toda do mesmo jeitinho que fazia quando era criança, na chácara do meu avô, Delícia!

             Voce já pode dizer eu li na tela da
                                                                       Eulina

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quinta-feira, 2 de julho de 2015

BARBADOS



                                                                    BARBADOS


          Estou recomeçando a minha grande aventura caribenha!
          Desta vez, a melhor alternativa para a compra das passagens, foi a de passar uma semana antes em Barbados. E cá estou. Depois de um voo belíssimo do qual pude ver o Brasil, o Rio São Francisco e o Rio Amazonas do céu, cheguei em Barbados.
          Aqui, sou turista. Passeio pelos cartões postais da cidade, tiro fotos e como comidas típicas. Só não compro bugigangas por que é tudo "made in China"... além disso, não gosto de comprar mesmo.
          Hoje iria fazer uma volta à ilha de catamarã, mas amanheceu chovendo muito, eu desisti. Eu costumo enjoar em barcos, quando balançam muito. Então, apesar da falta de aventuras, resolvi escrever.
           Barbados é uma ilha linda! Tem o formato aproximadamente oval, com a parte mais larga situada ao sul e a mais estreita ao norte. A leste, o Atlântico e a oeste, o Mar do Caribe. O Atlântico é furioso! Ventanias, correntezas, ondas enormes, praias de surfistas. O Mar do Caribe, aqui de cor azul bebê, é todo calmo e sossegado. Não sei qual é o mais lindo!
          Bridgetown é a capital. Pelo que entendi, cada praia é um estado, ou distrito, ou município, ou sei lá que nome, mas tem administração diversa da capital. Eu estou em Dover Beach, mais ou menos a  quarenta minutos da capital. A ilha foi colonizada pelos ingleses. Tráfego flui pelo lado esquerdo. Pra mim, significa um susto em cada esquina.
           Eu até tentei perguntar mais coisas para o guia. Mas foi em vão. Ele não me entendeu e eu não o entendi. Mas fiquei curiosa de saber o que aconteceu com os brancos, depois que aboliram a escravidão na ilha.
          O país é um dos dez países menores do mundo, e o guia só mostra coisas ricas e belas. Mas eu vi casinhas de madeira, com varandinhas e levantadas do chão, sobre pequenas palafitas. Segundo o guia, os moradores não são donos do chão. Se o proprietário quiser, os moradores tem que remover a casa inteira e o solo está intacto! As mansões cheias de portas e janelas e os condomínios luxuosos estão todos fechadas e as casinhas levantadas do chão, estão sempre cheias de gente. Será que algum barbadiano negro (com exceção da Rhiana) mora em algum dos  lugares ricos? Será que existem barbadianos brancos e pobres? E se existirem, onde moram? Não vi nenhum branco nas ruas, nas lojas, nos ônibus ... Todos os brancos que vi, são turistas, equipados de câmeras, celulares, mapas, óculos de sol e lambuzados de protetor solar.
          A arquitetura não tem prédios altos, nem concreto, nem aço nem vidro! Nenhuma agressão à paisagem. Os predinhos são de quatro andares no máximo, cheios de varandas em forma de arco, parecem que saíram de filmes mexicanos, da época do Zorro! Bem espaçados entre eles e rodeados de muitas árvores floridas. Flamboyants, casuarinas, mangueiras enormes, palmeiras, coqueiros, e flores muitas, muitas flores! Vegetação tropical, exuberante, linda e bem cuidada.
          Trânsito maluco, as ruas não tem calçadas,os carros correm muito e os pedestres correm risco. Não sei como não acontecem muitos acidentes.
         O povo é muito simpático. Todos negros, na maioria bonitos, dotados daquele ritmo interno que fazem sua fala parecer um "rap" e seus passos parecerem uma dança. Mulheres com lindas trancinhas formando desenhos na cabeça e homens carecas ou de cabelo rastafari. As crianças são sempre lindinhas, limpinhas e arrumadinhas.
           Agora você já pode dizer eu li na tela da
                                                                               Eulina
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